INFORME FUI

 

Que cidade bonita!
Essa será uma expressão recorrente enquanto você estiver nessa cidade mediterrânea da Espanha. Seu olhar encontrará o refinamento do antigo com o arrojo do novo. É tão empolgante vivenciar seu rico centro histórico, como percorrer os 350.000 metros quadrados da Cidade das Artes e das Ciências, um complexo super moderno do premiado arquiteto Calatrava, um sinônimo de vanguarda que mudou totalmente o “skyline” da cidade. Ou encantar-se com o minimalismo do edifício Veles e Vents, construído para uma famosa prova de iatismo em 2007, nesse que é o quarto maior porto do mediterrâneo.

A área portuária, que em certa época do ano se transforma em circuito para Fórmula I , se une às praias formando um longo espaço beira-mar com jardins, restaurantes, e um vai e vem constante mesmo em pleno inverno. Indiferentes ao frio, pessoas tomam banho de sol, jogam, surfam, enquanto alguma sofisticada mulher desfila de casaco de peles com seu cachorrinho igualmente elegante!

Nesse cenário típico, é hora de saborear uma paella valenciana, claro. As opções são inúmeras, restando os preços e a simpatia do local para sua escolha.

De avenidas amplas e de frondosas palmeiras, a cidade surge com uma seqüência de belos edifícios que lhe prendem a atenção. O centro histórico é fabuloso, e pode-se tomar como ponto de partida para suas caminhadas a Plaza del Ayuntamiento. Saindo desse ponto pode-se atingir a pé, importantes construções como a Catedral, as Torres Serrano e a Lonja.

Essa última, um edifício declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, que no passado foi ponto de comércio da cidade, o que significa a palavra “lonja”. Sorte dos negociantes da época, que tratavam ali de suas coisas, pois é uma beleza de construção gótica. E sorte a nossa também, de podermos circular debaixo dos arcos altíssimos sustentados por colunas em espiral, andar por esse espaço vazio, porém cheio de história e tradição...

Bem em frente está o Mercado Central, outro ponto fundamental de visita. Não deixe passar os detalhes que compõe essa construção “art nouveau”. Aprecie pelo lado externo os vidros, a cerâmica decorativa, aliás a cerâmica é outra das atrações valencianas, há até um museu dedicado à elas, com peças de diversas épocas da história.

Fotos: Angela Güzey

Ao anoitecer, é gostoso percorrer as ruas de pedestres que estão no centro, e encontrar vários bares e restaurantes cada qual mais atraente, e que vão se enchendo de gente conforme a noite avança.

E aí mais uma oportunidade de experimentar “tapas” variados que se encontram nos balcões ou que estão no cardápio. Na calle Ribera, o “Baldo” é uma sugestão, com boa comida, cervejas e vinhos que acompanham bem os pratos ou beliscos tradicionais. E quem sabe se arriscar com a orxata, uma bebida típica valenciana não alcoólica, que se parece a um leite de amêndoas, que você poderá encontrar em qualquer lugar ou nas orxarterias. Vale experimentar algo tão original, não é mesmo?

Valência é terra de muitas características, como as laranjeiras e limoeiros que estão em todos os cantos da cidade, e das festas como “las Fallas”, se você for em março.

Chegar ou sair de Valência pode ser uma experiência ainda mais empolgante se for feita pela linha de trens ultra velozes (AVE), com o moderno Talgo 350, que recentemente inaugurou esse destino saindo de Madri. Em rapidíssimas 1 hora e meia, um trecho de 391 km é percorrido suave e confortavelmente, enquanto incrédulo, você acompanha a velocidade do trem que ás vezes passa dos 300 km/hora! De novo sorte a nossa, pois assim ficou mais fácil e rápido alcançar tão encantador destino...

ANGELA  GÜZEY - é psicóloga por vocação, e viajante e fotógrafa por paixão -