INFORME FUI
A viagem a essa encantadora cidade pode começar pelo Cais do Sodré, estação de trens ou melhor, de comboios de Lisboa. Para mim, que opto sempre pelo trem havendo essa possibilidade, é meu ponto de partida favorito. Talvez nem tanto na alta temporada no verão, onde o trem pode ficar excepcionalmente cheio e quente. Nessa época um aluguel de carro pode soar bastante atraente. Mas em comboio, em uma viagem de 40 minutos, Cascais será a estação final. De modo que pode relaxar e apreciar a bonita vista que se sucede entre as estações. E o melhor: na chegada você já está em meio as praias, ao comercio, aos bares e restaurantes. Não precisa de nenhum transporte. É só flanar pela cidade e ir descobrindo seu charme e encanto. Um agradável calçadão vai ligando uma área a outra em alguns trechos. Como na chegada, a Praia da Conceição e a Praia da Duquesa, são as duas primeiras a ser vistas e as mais procuradas. A cor do mar é linda, as águas limpas, mas frias também... Cascais tem várias praias, muitas delas com aquele esquema de aluguel de barraca e espreguiçadeiras, principalmente no alto verão, quando os preços sobem junto a temperatura... O comércio é bastante variado e há vários ateliers pelo caminho. Os restaurantes estão por todas as partes da cidade e impressiona pela variedade. Você encontra desde churrascaria brasileira, inclusive uma muito conhecida, passando por frutos do mar, comida francesa, japonesa e claro, portuguesa. Fico sempre com os frutos do mar que além de tudo, são fresquíssimos. Gosto muito desse conceito de restaurante que se abre pela calçada perdendo o confinamento e ganhando a rua. E de outro, bem português, que são as esplanadas. São lugares abertos e com vista. Tudo combina bastante com o ar acolhedor e sofisticado desse balneário. Recentemente conheci o restaurante Fora de Pé. Com esse curioso nome o lugar oferece um cardápio muito atraente de peixes e afins. O sabor a mar em um ambiente bonito, fazem desse cêntrico restaurante uma boa opção. Em Cascais, você simplesmente percorrer os caminhos litorâneos da vila, lhe bastará para conhecer muitos pontos interessantes. A Praça 5 de Outubro por exemplo, tem um piso com desenhos bem conhecidos nossos: o ondulado preto e branco da Praia de Copacabana. O desenho formado por pedras portuguesas, atingem ao calçadão em frente, o da Praia da Ribeira. Os coqueiros perfilados quase nos confundem...! |
Fotos: Angela Güzey Seguindo pela avenida Dom Carlos, uma suave ladeira, o visual vai ganhando os barcos, as marinas, até encontrar com a muralha da Fortaleza Nossa Senhora da Luz, que hoje em dia abriga restaurantes, lojas de design, ateliers e um hotel. Mais um pouco, e farol à vista! É o Farol de Santa Marta, onde há um pequeno museu. Entre a marina e o farol, o mar faz um recuo cortado por uma ponte românica. No verão com o mar tranquilo, a gurizada capricha nos saltos e a gente fica ali, entre as pedras e o mar como olhar distraído com tantas coisas, tanta beleza. Nesse entorno, o Parque Marechal Carmona precisa ser visto e desfrutado. Um parque cheio de aleias e recantos, fontes, lagos ... Pequenas aves como galinhas e patos, passeiam entre os gramados e uma vegetação exuberante. Há vários acessos ao parque, mas a saída eu sugiro a que dá para a Avenida da República, porque ali está a entrada de outra atração imprescindível: a Casa das Histórias Paula Rego. Um museu dentro de uma construção para lá de interessante, e o acervo de uma artista que impressiona pelo seu trabalho e sua trajetória de vida. Há muito, muito mais. Cascais é lugar para se voltar sempre, e se encantar a cada retorno. ANGELA GÜZEY - é psicóloga por vocação, e viajante e fotógrafa por paixão - |